segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Airbags e Pré-tensionadores

Desde 2014, o airbag frontal para motorista e passageiro é obrigatório em todos os carros novos no Brasil.

Porém, existem cada vez mais veículos com mais de dois airbags, além de dispositivos chamados pré-tensionadores de cinto de segurança, que atuam em conjunto com os primeiros.

Neste post explicarei como eles funcionam e os cuidados que temos que ter ao realizar operações de resgate veicular.

Airbags:

Note na figura abaixo, retirada de um guia de resposta a emergências da Toyota (fonte), a quantidade de airbags que um veículo moderno pode apresentar. Airbag do motorista, do passageiro, de joelho, lateral dianteiro e traseiro, de cortina lateral e traseiro, entre outros.


Airbags são acionados por um módulo de controle e por sensores espalhados na dianteira, traseira e laterais do veículo, os quais medem desaceleração e aceleração. O módulo de controle define quais dispositivos serão acionados. Em uma colisão, é possível que nem todos os airbags sejam disparados.

Exemplo de sensores espalhados pelo veículo

Os airbags possuem ativação elétrica (ignição). Sem bateria, portanto, não há ativação. Em geral, o sistema pode permanecer ativo até 90 segundos após o desligamento do veículo e da bateria.

Mesmo após este tempo, airbags não ativados podem ser disparados mediante um agente externo, como o uso de uma ferramenta de resgate.

Exemplo de airbag frontal. A carga explosiva expande e infla a bolsa


Exemplo de airbag de cortina. Como a bolsa é muito maior, usa-se um tubo de gás para auxiliar a inflá-la

Importante: ao realizar uma operação de resgate, cuidado para não danificar geradores de gás de airbags não disparados, pois pode haver risco de explosão.

Atenção especial para geradores de gás de airbags de cortina, pois os tubos estão sob alta pressão!

Se o airbag já estiver disparado (e, obviamente, você saberá pela bolsa visível), não há problema em danificar os geradores de gás.

Dica 1: antes de realizar cortes de coluna, procure por evidências de airbags não disparados e, se necessário, retire os painéis internos das colunas (um canivete ou uma chave de fenda ajudam!) para identificar onde estão os geradores de gás.

Quando há airbag de cortina, há indicação nas colunas, como ilustrado na figura abaixo. O gerador de gás geralmente fica na coluna B ou próximo a ela, mas a indicação "Airbag" pode constar nas três colunas.



Dica 2: no caso de airbag frontal do motorista não disparado, use um protetor para segurar a bolsa - para o caso dela disparar - ou mesmo uma amarração com cabo solteiro ou fita tubular.

Exemplo de protetor de airbag frontal do motorista

Exemplo de amarração com fita tubular

Dica 3: no caso de airbag frontal do passageiro não disparado, se não possuir algum protetor, procure manter uma distância de pelo menos 30 cm do painel. Se não for possível, tome cuidado para não danificar o painel com as ferramentas de resgate.

Pré-tensionadores de cinto de segurança:

São dispositivos ativados pelo módulo de controle que tensionam os cintos de segurança em caso de uma colisão, "prendendo" o corpo do motorista e dos passageiros o mais próximo possível dos bancos.

Similar aos airbags, possuem uma carga explosiva que é acionada pelo módulo de controle (portanto, sem bateria, não há acionamento).

Quando esta carga é acionada, pequenas esferas metálicas são empurradas por um tubo, girando uma engrenagem que faz com que o cinto seja tracionado.

As esferas são então depositadas em um retentor, e o cinto é destracionado. Toda esta operação ocorre em milisegundos (assim como os airbags).

Exemplo de pré-tensionador de cinto

Ilustração de funcionamento do pré-tensionador

A posição mais usual é, na dianteira, na parte inferior da coluna B e, na traseira, na coluna C, na altura do escosto de cabeça.

Localização mais comum dos pré-tensionadores

O problema é que, diferente dos airbags, não há aviso que o veículo possui pré-tesionadores. Portanto, devemos assumir que existem tais dispositivos e podem não ter sido disparados na colisão (a menos, claro, que você conheça o veículo e tenha certeza que não possui, ou tenha acesso a fichas de resgate veicular específicas para tal modelo).

Importante: não danificar pré-tensionadores com ferramentas de resgate, pois não há como saber se já foram disparados. Como há uma carga explosiva em seu interior, danificá-los pode disparar o dispositivo e causar ferimentos aos ocupantes do veículo.

Dica: sempre que possível, soltar ou cortar os cintos de segurança dos ocupantes para evitar que um pré-tensionador seja involuntariamente acionado.

Para mais informações, existem dois materiais muito completos preparados pela Audi e Toyota, específicos para equipes de resgate. Infelizmente, só os encontrei em inglês. Seguem links (Audi(Toyota).

Até logo!

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