segunda-feira, 13 de abril de 2020

Quebrando cadeados com a Halligan

Em ocorrências de combate a incêndio ou resgate de pessoas e animais, quando nos deparamos com uma porta ou um portão fechado com cadeado (ou corrente e cadeado), geralmente o quebramos usando um corta-vergalhão ou uma serra circular (também chamada de policorte).

Porém, nem sempre teremos à mão estas ferramentas. Para tais situações, existe uma técnica de quebra de cadeado usando somente a Halligan.

Se houver uma corrente presa ao cadeado, basta torcer ao máximo a corrente e depois aplicar o garfo da Halligan para criar uma alavanca e finalizar o giro até quebrá-lo.

Se houver somente um cadeado, seguir a mesma técnica de aplicar o garfo da Halligan e torcê-lo até quebrá-lo.

O vídeo abaixo ilustra o procedimento:


Existe uma outra técnica que pode ser realizada com Halligan e gancho croque, ou Halligan e marreta, onde se retira ou se quebra a dobradiça e não o cadeado. Pode ser particularmente útil para cadeados de maior resistência. Confira abaixo:


É por estas e outras que costumo repetir que a Halligan é a ferramenta mais versátil já inventada pelos bombeiros. Se quiser conferir ou relembrar outros usos para ela, confira neste link.

Saudações!

terça-feira, 7 de abril de 2020

Como vestir corretamente o backpack do EPR

Depois de 12 anos de bombeiro voluntário, fui aprender somente esse ano que, durante todo esse tempo, não vesti da melhor forma o backpack do EPR em incêndios.

Descobri a técnica mais adequada visualizando vídeos de treinamentos de bombeiros nos EUA e, posteriormente, deparei-me com vídeos dos próprios fabricantes (MSA, Scott, Drägger, etc).

Quando afirmo "melhor técnica" ou "melhor forma", estou falando de ergonomia e conforto, de forma a manter o peso distribuído corretamente, sem afetar demasiadamente a lombar e os ombros, reduzindo a fadiga em incêndios de longa duração.

O vídeo abaixo (infelizmente só encontrei vídeos em inglês), ilustra o procedimento. Na sequência, explico em detalhes:


O ponto chave está em ajustar firmemente o cinto de quadril e não apertar demasiadamente as alças nos ombros.

Com isso, cria-se uma proteção lombar e distribui-se o peso mais sobre as pernas e menos sobre os ombros e costas, além de permitir maior movimento dos braços (muito importante para subir escadas ou abrir buracos no teto com o gancho croque, por exemplo).

Conforme ilustra o vídeo, após vestir o EPR, o primeiro passo é ajustar firmemente o quadril. Só com este movimento já se nota que o backpack não tende a descer das costas.

Na sequência, ajuste as alças sobre os ombros, nem muito frouxo nem muito apertado. Uma dica é: você deve ser capaz de retirar as alças dos ombros (uma de cada vez, obviamente) sem ter que afrouxá-las.

Usando essa técnica nos incêndios mais recentes, percebi que a fadiga reduziu muito, além de ser mais fácil e rápido retirar o backpack caso tenha que transpor algum obstáculo com restrição de altura, por exemplo.

Para finalizar, recomendo revisitar um post antigo sobre as máscaras do EPR (clique aqui), que complementa este post.

Até breve!