terça-feira, 31 de outubro de 2017

Estudo de caso: incêndio em Vancouver, Canadá

O vídeo abaixo apresenta uma ocorrência de incêndio em Vancouver, no Canadá, em 16/10/2017.


Analisando a cena, conseguimos perceber diversos tipos de procedimentos, alguns realizados corretamente, outros que poderiam ser melhorados e, por fim, algo que chama a atenção por não ter sido realizado.

Antes, uma curiosidade: repare na quantidade de água que é utilizada na operação. Não é comum vermos isto neste tipo de ocorrência no Brasil.


O que foi feito corretamente:

Os bombeiros resfriaram e protegeram as edificações vizinhas (primeiro proteger o que ainda não queimou).

Iniciaram primeiramente o combate externo (resfriamento dos gases superaquecidos dentro da edificação, mitigando risco de fenômenos do fogo como flashover e backdraft).

Fizeram uso de LGE (líquido gerador de espuma), que na maioria dos casos é mais eficiente que água no combate.

Em um segundo momento, utilizaram uma auto-escada com esguicho para realizar o combate por cima (por resfriamento e abafamento).


O que poderia ter sido feito diferente:

Logo após iniciar o combate externo, poderiam ter feito uma abertura controlada na porta frontal e entrado com uma ou mais linhas para realizar o combate interno, procurando atacar o foco do incêndio.

Lembre-se: atacar o foco ajuda a extinguir o fogo muito mais rápido, mas deve ser realizado com cuidado, apenas adentrando a edificação se não houver risco (ou o risco for muito baixo) de colapso estrutural.

Outra medida possível é o uso de ventilação forçada, auxiliando a reduzir a temperatura interna e, consequentemente, a apagar o incêndio mais rapidamente.

Além disso, estamos supondo que não havia vítimas presas na edificação, uma vez que não se percebeu nenhum procedimento de busca primária.


O que foi feito errado:

Notem que durante todo incêndio as luzes nos postes e nas edificações vizinhas permanecem acesas! Isto é muito perigoso para os bombeiros e populares em volta da ocorrência.

Inclusive, muitas vezes a água colide com a fiação!

Além disso, não é recomendado o uso de auto-escadas ou auto-plataformas com esguichos por cima de fiações energizadas.

Dica: em um incêndio desse tipo, ao chegar à cena, primeiro procure desligar a energia elétrica da(s) edificação(ões) em chamas e, na sequência, comunique sua central de emergências para acionar o serviço de eletricidade da cidade para cortar a energia na região.

Saudações!

domingo, 8 de outubro de 2017

Importância de iniciar o combate o mais cedo possível

Encontrei um vídeo no Youtube (um pouco antigo, de 2013) que ilustra bem a importância de iniciarmos o combate o quanto antes.

Note que, por conta da demora em iniciá-lo, o fogo acabou se alastrando. Também (aparentemente) não fizeram a proteção da edificação ao lado, que ainda não estava em chamas.


Em março fiz um post no blog intitulado Procedimentos para primeira guarnição no incêndio. Confira aqui as dicas para este tipo de ocorrência.

Lembre-se: o objetivo do combate inicial não é apagar o fogo, mas sim tentar evitar que se alastre, proteger o que ainda não queimou e reduzir a temperatura dos gases internos para permitir que as guarnições adentrem a edificação, ataquem o foco do incêndio e realizem as buscas.

Até a próxima!